26 de ago. de 2009





Curva de Rio

O bairro do Paraibuna
É igual curva de rio
A tranqueira aqui se encalha,
Livrar dela é um desafio.

Gente cheia de malicia,
Contando papo furado,
Ou fugindo da policia
Ou de amor desenganado,

Gente sofrendo do juízo,
Todos param por aquí,
Em busca do paraíso
Que eu achei e já perdi.

Gente com o pé na cova
Sem ter onde cair morto,
Chega aqui e já é prova
Que o direito acaba torto.

Gente que se atrapalha
E arma encrenca demais,
Que só é fogo de palha,
Um pé na frente e outro atrás.

Gente falando grosso,
Contando papo a valer
Com o laço no pescoço
Vive no bar a beber.

Sai assim cruzando as pernas,
Errando o caminho da casa.
Se mete em muitas badernas,
É passarinho sem asa.

Ir se embora não tem jeito
Se mudar não dá mais pé
Só dá pra esquentar o peito
Bebendo pinga com “mé”.


Fevereiro de 2007

Berne na cabeça

me deu berne na cabeça,
deu cocera no suvaco
devagá, sem muita pressa,
tô saindo do buraco.

as vaca mugi distante,
os cavalo faiz baruio.
sofrimento foi bastante,
quem amei foi um baguio.

13.05.2008