21 de mar. de 2019

Para a Lia



Um dia o sol esquentou,

Cobriu de calor todo o mundo.

A plantinha formosa secou

E o rio ficou lá no fundo.



O céu que nada sabia,

Achou que estava normal.

Mandou uma nuvenzinha

Passar por nosso quintal.



A Lia que era menina

Foi lá olhar a plantinha.

Estava tão pequenina,

Amarela e sequinha.



Olhando lá para o céu

Ela disse – “Nuvenzinha!

Aqui está meu chapéu,

Enche ele de aguinha?”



A nuvem já quase vazia

Ouviu a Lia a pedir.

Disse - “Traz uma bacia,

Pra água não escapulir



Correu pra casa a Lia

E pra mamãe perguntou:

Você tem uma bacia?

O meu chapéu já furou.



A mãe da Lia falou,

Bacia não tenho não.

Vai lá falar com papai,

Ele tem um canecão.”



E não é que a tal da Lia

Já de caneca na mão,

Correu pra nuvem vazia

Que água não tinha não.



Sentindo dó da menina,

A nuvem se espremeu.

Ficou assim pequenina

E umas gotinhas lhe deu.



A água era tão pouquinha,

Nem dava para enxergar.

A Lia ficou bem tristinha

E começou a chorar.

   
As lágrimas que caíam
No fundo do canecão,

Às gotinhas se uniam

E se tornaram um montão.



Vendo a água aumentando

Enquanto ela chorava,

A Lia foi se acalmando

E nem sequer ficou brava.



A nuvem sumiu no ar

E a Lia foi pro quintal

A sua plantinha regar.

O sol é que se deu mal.



Ponto final.

Grota, 20 de marco de 2019