Cobriu de calor todo o mundo.
A plantinha formosa secou
E o rio ficou lá no fundo.
O céu que nada sabia,
Achou que estava normal.
Mandou uma nuvenzinha
Passar por nosso quintal.
A Lia que era menina
Foi lá olhar a plantinha.
Estava tão pequenina,
Amarela e sequinha.
Olhando lá para o céu
Ela disse – “Nuvenzinha!
Aqui está meu
chapéu,
Enche ele de
aguinha?”
A nuvem já quase vazia
Ouviu a Lia a pedir.
Disse - “Traz
uma bacia,
Pra água não escapulir”
Correu pra casa a Lia
E pra mamãe perguntou:
“Você tem uma
bacia?”
O meu chapéu já furou.
A mãe da Lia falou,
“Bacia não tenho
não.
Vai lá falar com
papai,
Ele tem um
canecão.”
E não é que a tal da Lia
Já de caneca na mão,
Correu pra nuvem vazia
Que água não tinha não.
Sentindo dó da menina,
A nuvem se espremeu.
Ficou assim pequenina
E umas gotinhas lhe deu.
A água era tão pouquinha,
Nem dava para enxergar.
A Lia ficou bem tristinha
E começou a chorar.
As lágrimas que caíam
No fundo do canecão,
Às gotinhas se uniam
E se tornaram um montão.
Vendo a água aumentando
Enquanto ela chorava,
A Lia foi se acalmando
E nem sequer ficou brava.
A nuvem sumiu no ar
E a Lia foi pro quintal
A sua plantinha regar.
O sol é que se deu mal.
Ponto final.
Grota, 20 de marco de 2019