27 de jul. de 2011

Cada macaca no seu galho

Deitada na rede
E sonhando pra lua,
Conjuro uma imagem
Que deve ser sua.


Na sua galáxia
Tão distante e fria,
Ocupo um espaço
Na periferia.


Poeira de estrela,
Grãozinho de areia,
Seu sangue não corre
Nesta minha veia
E a música densa
Do seu universo
É forte demais
Pro meu pobre verso.

Grota do Junco, junho de 2010

13 de jul. de 2011

Fragilidade

A menina pisou no passeio,
Um carro dobrou a esquina.
O sinal estava no meio,
A moça tocou a buzina.


Esperta que era a menina,
Olhou pensou e parou.
A vida é bem pequenina,
Um sopro, um passo e acabou.

As frágeis precisam parar,
As fortes ocupam o espaço.
Só que de tanto apanhar,
As fracas se tornam de aço.


Cunha, março de 2011

Esperando

Aqui estou,
Esperando.

Acontece sempre,
Que fico assim
Esperando:

Que as pessoas me conheçam
Que o sinal se abra
Que o carro fique pronto
Que a amiga chegue
Que a verdade seja dita
Que a verdade seja não dita
Que me entendam
Que quem amo me ame
Que o banco abra
Que o dinheiro chegue
Que o sinal se feche
Que a alegria aconteça
Que eu finalmente, de tanto esperar,
Desapareça

Sampa, 06.11.2009