24 de out. de 2009

Feijoada de sábado

Hoje, de relance, vi o seu rosto
Naquele restaurante de esquina,
Muito badalado.
E você olhando de lado,
Ah, olhando de lado...

Foi apenas um instante
A visão do restaurante
Lotado,
Ah, muito lotado.

Se eu ficasse ali parada
Prá ver se você me via,
Um cardápio alguém traria.
E eu que fome não tinha,
Ia pedir feijoada,
Ah, ia pedir feijoada.

Ia ficar bem sem graça,
Me enroscar no tira-gosto,
Ler o menu todo errado.
(E o seu gosto é delicado,
Ah, ele é muito delicado.)

Só que passei ligeirinha,
E o restaurante famoso
Que nem feijoada tinha,
Engoliu na sombra o seu rosto
E a vergonha que era minha.


Cunha, 24.10.2009