22 de set. de 2010

Retrato da seca

Movendo-se lentamente morro acima,
Pastam a vaca, o cavalo e o boi.
Passam pássaros sobre árvores,
Correm cobras na grama seca.


A cor do pasto amarela,
Patas se arrastam cansadas.
Água lá embaixo tiquinha,
Rio que era sumiu.


O céu tão azul, lindo, lindo,
O sol neste inverno impera.
Fogo no pasto começa,
Fogo na mata se alastra.


Gente correndo, batendo,
Roçando, cortando, suando,
O fogo nos olhos vermelhos,
Cansaço nas pernas,
Feridas as mãos.

Retrato da seca na roça.

Entre Cunha e Viena, setembro de 2010

Nenhum comentário: